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quarta-feira, 23 de maio de 2012
segunda-feira, 21 de maio de 2012
Timidez e Terapia Ocupacional
A Timidez pode ser definida como o
desconforto e a inibição em situações de interação pessoal que
interferem na realização dos objetivos pessoais e profissionais de quem a sofre. Caracteriza-se pela obsessiva preocupação com as atitudes, reações e pensamentos dos outros. A timidez aflora geralmente, mas não exclusivamente, em situações de confronto com autoridade, interação com algumas pessoas: contato com estranhos e ao falar diante de grupos, e até mesmo em ambiente familiar.
A timidez é um padrão de comportamento em que a pessoa não exprime (ou exprime pouco) seus pensamentos e sentimentos
e não interage ativamente. Embora não comprometa de forma significativa
a realização pessoal, constitui-se em fator de empobrecimento da qualidade de vida.
Aliás, quando em grau moderado, todos os seres humanos são, em algum
momento de suas vidas, afetados pela timidez, que funciona como uma
espécie de regulador social, inibidor dos excessos condenados pela
sociedade como um todo, ou micro-sociedades.
A timidez funciona ainda como um mecanismo de defesa que permite à pessoa avaliar situações novas através de uma atitude de cautela e buscar a resposta adequada para a situação.
Existem dois tipos de timidez:
a) Timidez situacional: a inibição se manifesta em ocasiões
específicas, e portanto o prejuízo é localizado (por exemplo: a pessoa
interage bem com a autoridade e pessoas do sexo oposto, mas sente
vergonha de falar em público);
b) Timidez crônica: a inibição se manifesta em todas as formas de
convívio social. A pessoa não consegue fazer amigos e falar com
estranhos, intimida-se diante da autoridade, tem medo de falar em
público etc.
Evolução
Adultos tímidos foram crianças tímidas ou adolescentes
tímidos. Já adolescentes tímidos não foram necessariamente crianças
tímidas. No entanto, ter um temperamento tímido na infância ou na
adolescência não torna inevitável que alguém seja tímido por toda a
vida.
Infância
Algumas crianças nascem com pré-disposição a serem tímidas, assim como outras têm predisposição para se tornarem hiperativas
ou calmas. Mas, se uma criança com tal predisposição genética encontrar
um ambiente propício para a timidez se desenvolver, isso certamente
ocorrerá.
O psicoterapeuta Ruy Miranda aponta que o papel dos pais
é decisivo neste processo e a timidez certamente desenvolverá se um ou
ambos os pais:
a) forem eles próprios tímidos – a percepção depreciada
de si mesmo é transferida para o filho;
b) forem muito agressivos
– o filho passa a perceber os outros como potencialmente hostis;
c)
submeterem o filho a constantes críticas ou humilhações silenciosas ou
públicas – a auto-estima do filho é comprometida;
d) criem problemas
familiares que causem vergonha – se o pai bebe ou leva uma vida
desregrada a criança ou o jovem pode carregar esta vergonha como parte
de sua vida; o mesmo problema ocorre com a separação dos pais;
e)
tiverem um comportamento frio – pais que não exprimem seus sentimentos
não ajudam os filhos a desenvolver a percepção de confiança em si
próprios.
Em suma, a timidez deve ser vista como um traço do temperamento,
com tudo o que ele implica, isto é, algo estável presumivelmente
herdado, que aparece cedo na vida de numa criança e que provavelmente
determina o posterior desenvolvimento da personalidade, da emotividade e da conduta social.
Mas, apesar do peso da hereditariedade,
este traço do temperamento poderá ser atenuado ou reforçado pela
conduta dos pais e pelas experiências vividas pela criança na infância.
Adolescência
A timidez é mais comum na adolescência
e, como vimos, independe de o adolescente ter sido tímido na infância. O
quadro na adolescência, principalmente nos primeiros anos, pode se
mostrar sério, mesmo quando na infância se apresentasse leve ou quase
imperceptível.
O rápido crescimento por que passam os adolescentes pode fazer com
que ele crie uma auto-imagem desfavorável de seu corpo, do todo ou de
parte dele, mesmo que essa imagem distorcida não corresponda à
realidade. Numa fase da vida em que a aceitação pelo grupo é essencial,
esta distorção do corpo gera no jovem a insegurança de não ser bem visto
pelos outros e favorece o reforço da timidez.
Este estado de insegurança se alterna, por vezes, com um estado de
euforia, quando o jovem faz alguma coisa para mudar a parte do corpo que
lhe causa desconforto (por exemplo, mudando o corte de cabelo ou
fazendo regime para emagrecer). Este estado de euforia, no entanto, não
costuma durar muito e logo, a insegurança e a timidez se reinstalam.
Este quadro não costuma perdurar quando o jovem entra na idade
adulta, por volta dos vinte anos.
Ao persistir, tem tudo para se
transformar num quadro realmente grave.
FORMAS PATOLÓGICAS
A timidez não é um transtorno mental, mas a timidez crônica pode evoluir para uma patologia, principalmente quando o adolescente não consegue superá-la ao entrar na vida adulta.
Fobia social - quando a pessoa passa a evitar todas as situações sociais que não lhe
são impostas pela mais absoluta necessidade. Assim, compelida a garantir
sua sobrevivência, a pessoa pode, com algum sacrifício, trabalhar, mas
evita outras situações que exijam exposição social, como comer em
restaurantes, falar em público ou usar banheiros públicos. Quando
submetida a essas situações, suas reações físicas são mais visíveis e
intensas, obrigando às vezes a uma internação hospitalar. Além das
sudoreses e tremores comuns nos tímidos, o fóbico sofre de taquicardia,
náuseas e desconforto abdominal.
O sofrimento de quem é acometido de fobia social é tão mais
insuportável porque, no íntimo de seu ser, a pessoa anseia por manter um
"relacionamento social", mas só não o faz porque uma intensa sensação
de ameaça impede que isso ocorra.
Síndrome do pânico - mais grave que a fobia social é o transtorno ou síndrome do pânico.
Ao contrário da fobia social, não depende de nenhuma interação social
ou mesmo da presença de outra pessoa para que se desencadeie o processo
patológico, em que o paciente apresenta sensação de desmaio ou de morte
iminentes.
Os ataques de pânico
ocorrem aleatoriamente e o portador da síndrome pode passar longos
períodos sem sentí-los, tanto que as primeiras manifestações são
interpretadas como sendo apenas sinais de uma exaustão física ou uma
decorrência do stress.
Tratamento Terapêutico Ocupacional para os tímidos
Auxiliar o tímido
nas situações de exposição do cotidiano que geram ansiedade, ampliando a sua
capacidade de resiliência e de se adaptar a novas situações do dia-a-dia.
Diminuindo o seu grau de timidez e, aumentando a sua participação social.
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