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quarta-feira, 29 de junho de 2011

Terapia Ocupacional: Valores & crenças

       Sobre ocupações

- as ocupações dão significado a vida
- as ocupações são determinantes de saúde e bem-estar
- as ocupações organizam os comportamentos
- as ocupações se desenvolvem e mudam ao longo do tempo
- as ocupações mudam e são mudadas pelo ambiente
- as ocupações podem ser terapêuticas 

      Sobre as pessoas 

- os seres humanos são seres ocupacionais
- cada pessoa é única
- cada pessoa tem sua dignidade e valor intrínsico
- cada pessoa faz escolhas ao longo da vida
- cada pessoa tem alguma capacidade para autodeterminar -se
- cada pessoa tem alguma habilidade em participar de ocupações
- cada pessoa tem algum potencial de mudança
- os seres humanos são seres sociais e espirituais
- os seres humanos tem diversas habilidades para participar de ocupações/atividades
- as pessoas mudam e são mudadas pelo ambiente 

       Sobre o ambiente 

- o ambiente é um campo vasto incluindo componentes culturais, institucionais, físicos e sociais
- performance, organização, mudança e satisfação nas ocupações são determinadas pela relação entre ambiente e pessoas


       Sobre Saúde: 

  -saúde é mais que ausência de doença
 - a saúde é fortemente influenciada pelas escolhas e pelo controle nas ocupações diárias
 - a saúde tem dimensões pessoais associadas a um significado espiritual e a uma satisfação pessoal de vida conseguidas pelas ocupações e dimensões sociais associando as ocupações com integridade e oportunidades igualitárias 


     Sobre a prática centrada no cliente 

- os clientes tem experiência e conhecimento sobre suas própias ocupações
- os clientes são parceiros ativos no processo de terapia ocupacional
- aceitar desafios é necessário para mudanças positivas

 

Terapia Ocupacional é obrigatória em UTIs

      Quem já teve um familiar internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) sabe da importância da assistência terapêutica durante a internação. Além de infra-estrutura hospitalar adequada, a unidade deve dispor de uma equipe com profissionais altamente qualificados. Foi pensando assim que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) instituiu a resolução nº 7, de 24 de fevereiro de 2010, que dispõe os requisitos mínimos para o funcionamento das UTIs. Agora, a presença do Terapeuta Ocupacional é obrigatória, pois é uma vitória para os profissionais da área, visto que poderão contribuir para o pleno restabelecimento dos pacientes nas UTIs.
      Segundo a Anvisa, UTIs de todo o país, sejam neonatal, pediátrica ou para adultos, devem se adequar às normas. As medidas valem para hospitais públicos, privados e militares, o paciente internado na UTI deve ter garantido um atendimento multiprofissional. Todos os profissionais devem assegurar um ambiente de respeito e dignidade, contribuindo assim com as ações de humanização e atenção à saúde. Nesse momento delicado, o trabalho do Terapeuta Ocupacional é imprescindível.    A função do Terapeuta Ocupacional: quando o paciente está em coma e fica muitos dias deitado, é realizado um trabalho de posicionamento através de órteses e adaptações, e quando vai recobrando a consciência, o objetivo é que ele retorne às suas atividades de maneira tranquila. E nessa etapa é realizado o treinamento de tempo e espaço, como também é aplicado o treino de AVD (Atividade de Vida Diária) para readaptá-lo à sua nova rotina. 

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Top 10 das piores síndromes

1º. Síndrome da Amnésia Duplicada: É quando uma pessoa acha que um local foi duplicado e existem duas salas simultaneamente em locais diferentes. Por exemplo, uma pessoa pode acreditar que ela de fato não está no hospital para onde foi enviada, mas para um exatamente idêntico em outra parte do país. Tem malucos que negam essa síndrome e ainda afirmam que os médicos é que trabalham nos dois lugares.

2º. Síndrome de Cotard: É quando uma pessoa acha que morreu, ou não existe, ou que esta apodrecendo, ou que perdeu os órgãos internos! Em casos raros, o maluco pode achar que é imortal.

3º. Síndrome de Fregoli: A síndrome de Fregoli é quando uma pessoa acha que duas ou mais pessoas são uma só e que ela vai mudando de disfarce e aparência para tentar enganá-la.

4º. Síndrome de Capgras: O Delírio de Capgras é um distúrbio onde uma pessoa acredita que um conhecido, ou parente, ou até seu marido ou esposa foi substituído por um impostor idêntico.


5º. Síndrome de Jerusalém: A pessoa fica meio maníaca com idéias religiosas e têm ilusões.

6º. Síndrome de Stendhal: A síndrome de Stendhal é uma doença bastante rara. Ela acelera o ritmo cardíaco, faz você ter falta de ar e até mesmo alucinações. E isso é decorrente do excesso de exposição do indivíduo a obras arte, sobretudo em espaços fechados. O primeiro “maluco” foi o escrito francês, Stendhal que sofreu dessa perturbação em 1817, quando fez a primeira descrição detalhada dos seus sintomas.
7º. Síndrome de Paris:
É uma síndrome que só acontece em japonês, e faz com que eles tenham um colapso nervoso quando pisam na terra do croissant. Dos milhões de turistas japoneses que visitam, cerca de uma dúzia sofrem dessa síndrome e precisam voltar pra casa.   Tudo isso por causa do choque de culturas!! Alguns tem uma idéia de Paris antiga e quando chegam lá se deparam com uma metrópole moderna. Também ficam meio perdido pela falta de comunicação e entram em surto. Até a embaixada japonesa em Paris já tem uma linha de telefone de emergência só pra atender esses casos.
 
8º. Síndrome de Diógenes:
Diógenes foi um filósofo grego que vivia em um barril de. Quando Alexandre o Grande perguntou “O que você mais quer no mundo?” ele respondeu – “Que você saia da minha sombra”. A síndrome de Diógenes, é quando uma pessoa vive reclusa por se negar a existir.

9º. Síndrome de Estocolmo: Onde um “refém” se apaixona pelo sequestrador. Tudo começou na Suécia, em Estocolmo, quando ladrões de banco fizeram reféns e ficaram todos no banco do dia 23 ao 28 de agosto em 1973. As vítimas se simpatizaram com os ladrões, chegando até a se recusarem a testemunhar contra os ladrões. Depois de cumprida a sentença, uma das mulheres até se casou com um dos ladrões!

10º. Síndrome de Lima:
É o contrário da Síndrome de Estocolmo.

sábado, 18 de junho de 2011

Dicas para parar de fumar!

 



  Marque uma data: o melhor é parar na data escolhida. Parar aos poucos e não cumprir as metas estabelecidas pode fazer com que a pessoa fique mais ansiosa e passe a fumar mais... se a opção for a parada gradual, o ideal é reduzir o número de cigarros por dia, fumando menos a cada 24 hs.


  




Mantenha o cigarro longe: parece óbvio, mas não é. De acordo com os especialistas, muitas pessoas fumam no "piloto automático", sem estar de fato com uma vontade. Manter cigarro ,isqueiro e cinzeiro a uma boa distância ajuda o fumante a não cair na armadilha.


  





     Aguente firme na hora da fissura:  a fissura é a vontade intensa      de fumar que dura cerca de 5 minutos. Nessa hora, tente se          distrair com alguma coisa. Beber água gelada, comer frutas a        baixas temperaturas ou até chupar um cubo de gelo ajudam o        fumante nessa hora.
  










  Escove os dentes após as refeições: O gosto da comida na                boca em geral faz com que as pessoas tenham vontade de 
 fumar após a refeição. A ordem é: em vez de sair para fumar                vá ao banheiro e escove os dentes.



  

Evite bebida alcoólica: o álcool faz com que a nicotina seja eliminada de forma mais rápida pelo organismo, o que estimula o fumante a querer repor rapidamente essa perda. Além disso, beber faz as pessoas naturalmente perderem o controle, o que pode fazer com que tenham uma recaída. 



                                                       


 Faça exercícios físicos: caminhar, fazer alongamentos ou            outros exercícios faz com que o fumante perceba a                      possibilidade de entrar em uma vida mais saudável. À                medida, que o fumo diminui, você vai perceber  melhora do        fôlego e sentir prazer em se exercitar.




   




 Cuidado com a dieta: especialistas dizem que é normal                ganhar até 2kg após deixar de fumar, porque o paladar                melhora com o fim do tabagismo. Mas isso não é desculpa          para exagerar no prato e ficar exposto a um  outro problema        grave de saúde: a obesidade.  Não coma mais do que de            costume e evite doces e alimentos gordurosos.





 Controle a ansiedade:o cigarro acaba funcionando como uma   "muleta" que as pessoas usam para lidar com situações              emocionais e afetivas.  A tarefa é difícil, mas o ideal é                  controlar a  ansiedade e resolver as dificuldades mais                  racionalmente.







Dê um presente para si mesmo: guarde o dinheiro que você      gastaria com os maços de cigarro e compre algo legal para        você ou para alguém querido(a). O aspecto financeiro é um        estímulo para quem quer parar de fumar. 

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Segurar o xixi aumenta o risco de infecção urinária

    Mulheres com incontinência podem ter o problema agravado ao conter à vontade de ir ao banheiro

     As mulheres têm mais resistência do que os homens na hora de segurar o xixi, mas também estão mais expostas às infecções urinárias por causa disso. Pior ainda se resolverem beber pouco líquido para não passar aperto fora de casa, esse hábito, alertam os médicos, pode agravar as complicações no trato urinário.
   “Tudo começa na questão cultural”, resume o ginecologista Leonardo Bezerra, presidente da comissão de uroginecologia da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia). Muitas mulheres são ensinadas, desde pequenas, a não usar banheiros fora de casa, de fato, alguns banheiros públicos não inspiram muita confiança e são pouco higiênicos, já para o homem é mais fácil por uma questão anatômica.
     Por um lado, o organismo feminino se adapta aos hábitos mais contidos, com o passar das semanas, dos meses, dos anos, a mulher consegue aumentar a capacidade, por segurar o xixi, ela consegue suportar mais tempo sem ir ao banheiro. Parece até algo mais higiênico, mas é justamente o contrário, o jato urinário leva embora as bactérias que estão na uretra, pois uma das funções da urina é “lavar” o trato urinário para evitar que bactérias da vagina causem infecções na bexiga. Em suma, mulher que segura o xixi tem mais risco de sofrer infecções.

Seis vezes

     Se a mulher ingerir a quantidade necessária de água por dia, cerca de dois litros, ela deve ir ao banheiro de seis a sete vezes por dia, pois é preciso fazer a hidratação de forma fracionada para que a necessidade de ir ao banheiro aconteça em intervalos de duas a três horas. Assim, a mulher conseguirá se manter hidratada ao longo do dia, e o trato urinário estará protegido. Contudo, não é raro o hábito de passar o dia sem beber água e compensar a sede à noite, poucas horas antes de dormir.
    Isso aumenta o risco de noctúria ( conhecido popularmente como urina noturna, é a necessidade de se levantar durante a noite para esvaziar a bexiga, atrapalhando deste modo o sono). Os rins, normalmente, funcionam mais quando a pessoa dorme porque a posição já favorece o retorno do sangue venoso. Se a ingestão de água for alta à noite, o processo todo faz a bexiga encher mais rapidamente. Além de ter o sono prejudicado, a mulher também passará a ter um risco aumentado de sofrer quedas, mesmo assim, beber muita água à noite é um equívoco comum entre as mulheres.
    A baixa ingestão de água costuma ainda ser agravada pela ingestão de bebidas estimulantes, como o café, pois este possui propriedades diuréticas, que podem dar a falsa idéia de saúde ao intensificar à vontade de ir ao banheiro. Mas o estímulo não é uma resposta natural à hidratação adequada, ele está sendo forçado pela propriedade diurética do café. A mulher vai muito ao banheiro, mas sem estar devidamente hidratada, o que só irá agravar a desidratação e não bastasse, bebidas estimulantes tendem a prejudicar quadros de osteoporose e agravam a perda de massa óssea mesmo antes da doença se estabelecer.

Diabetes


   Mulheres com diabetes têm excesso de açúcar no sangue e isso faz os rins funcionarem em ritmo mais intenso, produzindo uma quantidade maior de urina. A diferença é sutil, mas a mulher com diabetes descontrolado sente mais sede porque vai mais ao banheiro, e não o contrário. Mas isso acontecerá apenas se o diabetes estiver descontrolado, as idas excessivas ao banheiro, em pessoas que já conhecem sua condição diabética, podem servir como indicador de descontrole da doença.

Incontinência

    Segurar o xixi também é má idéia para mulheres que sofrem de incontinência urinária por esforço, neste caso, a urina escapa quando a mulher realiza algum esforço, mesmo que ele seja algo bem pequeno, como um simples espirro.
    Há mulheres que sofrem muito com isso, existe pacientes que andam com uma sacola só para ter uma troca de roupas, caso algum acidente mais grave aconteça. A solução está justamente nas idas frequentes ao banheiro. Se a bexiga não estiver cheia, o risco dela vazar é menor, esse cuidado deve receber atenção especial nos meses mais frios do ano, pois quando está calor, o corpo redistribui seus líquidos nas regiões periféricas do corpo para resfriá-lo, perdendo líquidos com o suor, que no frio, a mulher perde menos líquido com o suor e há uma concentração maior dele na circulação sanguínea.
    Mais sangue no corpo significa mais sangue sendo filtrado pelos rins, e mais urina sendo produzida. Logo, é correto dizer que no frio as pessoas têm mais vontade de urinar.

Marcar no cronômetro


    Os médicos só recomendam ir ao banheiro com hora marcada quando a mulher está em fase pós-operatória, pois alguns procedimentos cirúrgicos interferem ou tem a recuperação prejudicada sem esvaziamentos regulares da bexiga. Em pessoas fora dessa condição, o ideal é marcar o número de vezes que o banheiro é visitado para ter uma referência e, partindo dela, verificar como estão os hábitos de hidratação.
    Não basta apenas beber água com frequência, tente também ingerir frutas e vegetais, que são alimentos com bom potencial de hidratação. A hidratação inadequada e segurar o xixi são dois fatores de risco que podem explicar quadros recorrentes de infecção urinária, mas a causa para isso pode ser outra também. 

    Muito importante mulheres : Não deixe de visitar o ginecologista com regularidade, ao menos uma vez por ano, e relate este problema para uma investigação clínica mais apropriada.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Artrite Reumatóide Juvenil

  A Artrite Reumatóide Juvenil,é uma doença inflamatória crônica que agride as articulações e outros órgãos, como a pele, o coração e os olhos. É caracterizada por dor, aumento de volume e de temperatura de uma ou mais articulações. Em algumas crianças a dor é mínima ou até mesmo inexistente. A doença inicia sempre antes dos 17 anos de idade.
  A causa exata da Artrite Idiopática Juvenil ainda é desconhecida, fatores imunológicos, infecciosos e genéticos estão envolvidos, e alguns estudos mostram que existe uma certa tendência familiar e que alguns fatores externos, como infecções bacterianas e virais, o estresse emocional e os traumatismos articulares podem atuar como desencadeantes da doença.
    O diagnóstico é clínico e baseia-se na presença de artrite em uma ou mais articulações com duração maior ou igual a 6 semanas.Além da dor e da inflamação articular pode ser observada uma certa dificuldade na movimentação ao acordar, fraqueza ou incapacidade na mobilização das articulações, além de febre alta diária (> 39º C) por períodos maiores do que 2 semanas. Não existem exames laboratoriais específicos para detectar esta doença. 
    O tratamento consiste no uso de antiinflamatórios, glicocorticóides, drogas modificadoras da doença, Fisioterapia e Terapia Ocupacional além de tratamento ortopédico quando necessário. Em muitos pacientes a doença é controlada até o final da adolescência. No entanto, alguns podem apresentar doença crônica com períodos de melhora e piora que persistem até vida adulta. 
    A interrupção do tratamento pode ter conseqüências sérias e irreversíveis, como piora da inflamação, deformidades articulares irreversíveis, destruição da cartilagem e piora da capacidade física. 
     A fisioterapia e terapia ocupacional são fundamentais, devendo ser iniciadas o mais cedo possível para possibilitar a manutenção e a recuperação da mobilidade das articulações afetadas, o fortalecimento muscular, o alongamento de tendões e o aumento da amplitude de movimento articular. Desta forma, é possível evitar a incapacidade funcional da criança.
    Além do controle da doença em si e das medidas habituais de reabilitação, apoio psicológico pode ser necessário devido ao caráter crônico da doença, assim como eventuais procedimentos ortopédicos no sentido de permitir uma integração adequada da criança na família, na escola e na sociedade em que vive.

domingo, 12 de junho de 2011

Baixa visão em crianças e a intervenção da Terapia Ocupacional através do brincar

            A baixa visão é caracterizada pela impossibilidade de ver à distância devido a alterações decorrentes de lesões ou outras afecções na retina, no nervo óptico ou no campo visual mesmo após intervenção cirúrgica ou tratamento. Em muitos casos, há uma perda progressiva e irreversível da visão cujo processo pode ser lento e provocar efeitos emocionais e outros impactos em todas as esferas de vida do sujeito.
         Esta, manifesta-se de forma peculiar em cada um dos indivíduos afetados porque são muitos os aspectos que interferem no modo de ver e na maneira como os objetos e estímulos do ambiente são percebidos ou reconhecidos. Algumas pessoas fazem uso de recursos ópticos mediante prescrição oftalmológica, enquanto outros necessitam basicamente de recursos não ópticos. 
           Alguns sinais e comportamentos indicadores de baixa visão podem ser identificados em sala de aula: aparência dos olhos, tremor da pupila, andar hesitante, sentido de direção e localização de objetos etc. O aluno esfrega os olhos; franze a testa; fecha e tampa um dos olhos; balança a cabeça ou a inclina para a frente para ver um objeto próximo ou distante; levanta para ler o conteúdo escrito no quadro negro, em cartazes ou mapas; troca palavras, omite ou mistura letras e sílabas; evita ou protela atividades predominantemente visuais; pisca muito, chora com freqüência, tem dor de cabeça ou fica irritado devido ao esforço despendido na realização da tarefa; tropeça com facilidade ou não consegue se desviar de objetos e de pequenos obstáculos; aproxima o livro, o caderno e outros materiais para perto dos olhos; sente incômodo ou intolerância à claridade; troca a posição do livro e perde a seqüência das linhas em uma página ou confunde letras semelhantes; tem dificuldade em participar de jogos e brincadeiras que exijam visão de distância.
          O trabalho com estas crianças com baixa visão baseia-se no princípio de estimular a utilização plena do potencial de visão e dos sentidos remanescentes, bem como na superação de dificuldades e conflitos emocionais. Estas crianças devem aprender a perceber visualmente as coisas, as pessoas e os estímulos do ambiente, para isto, os terapeutas ocupacionais devem despertar o interesse dessas crianças e estimular o comportamento exploratório por meio de atividades orientadas e adequadamente organizadas a partir de critérios que contemplem as necessidades individuais e específicas destes.
           

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Terapia Ocupacional na piscina

     
   Aplicar os conceitos da Terapia Ocupacional convencional na piscina terapêutica é o principal objetivo, e o público alvo são pacientes com sequelas motoras, de origem neurológica, não tendo como restrição, a faixa etária.
   Enxergar a piscina não apenas como meio gerador de estímulos, mas enriquecê-la a partir do que a possibilidade de contato com a água pode significar para cada um.  E a transformação do ambiente objetiva contextualizar a piscina considerando o que os clientes trazem em suas bagagens de vida: experiências, símbolos e imagens, que refletam seu cotidiano, seus valores e suas expectativas.
    São bem mais eficazes quando se trata em trabalhar a musculatura de pacientes com sequelas motoras, por exemplo: na água conseguimos resultados mais rápidos e melhores do que no solo quando se trata de espasmo muscular ( é uma contração súbita e involuntária de um músculo ou de um grupo de músculos, acompanhada por dor e restrição nos movimentos).
      Fora da água, a ação da gravidade dificulta o posicionamento dos braços à frente do corpo e também o equilíbrio sentado para a realização das atividades da vida diária e prática.

      O atendimento na piscina favorece os seguintes efeitos terapêuticos:
 
  - Redução da ação da gravidade facilitando a manutenção dos Membros Superiores (MMSS) em posição funcional;
  - Alívio da dor e do espasmo muscular;
  - Relaxamento;
  - Manutenção ou aumento da amplitude de movimento das articulações;
  - Reeducação de músculos paralisados;
  - Fortalecimento dos músculos e desenvolvimento de sua força e endurance propiciada pela resistência oferecida pela água aos movimentos;
  - Estímulo da auto-confiança para atingir independência funcional;
 - Relembrando, as propriedades Físicas da água incluem massa, peso, densidade, gravidade específica ou densidade relativa, flutuação, pressão hidrostática, tensão superficial, refração e viscosidade.
    Sendo assim, a água oferece a experiência de encontrar o corpo sendo atuado pelas propriedades acima relacionadas proporcionando a vantagem do exercício ser realizado em três dimensões, algumas vezes com dificuldade fora d' água.

      A Terapia Ocupacional na água apresenta melhora em:
 
   -  Na retificação de tronco em crianças com sequelas de Paralisia Cerebral;
   - Na quebra do padrão flexor em adolescentes, favorecendo um início de função com Membros Superiores (ex. preensão);
   - Fortalecimento muscular pós aplicação de bloqueio químico (botox, fenol) com menos fadiga e dor;
   - Maior conscientização da importância da independência nas Atividades da Vida Diária;
   - Na função bimanual e dissociação de cintura escapular;
   - A terapia inicia-se no vestiário (treino de vestir e despir ) sendo consecutivo um treino de transferência (sair da cadeira e entrar na piscina e vice-versa).
     A satisfação dos pacientes e familiares evidencia que o método de Terapia Ocupacional aquática promete muito, uma vez que, em  pouco tempo de trabalho, os resultados são muito positivos, sendo observados já na 4ª sessão as melhoras no paciente. Isto, além de observado por nós Terapeutas Ocupacionais, é também notado e comentado pelos pacientes e familiares e confirma a eficácia do método.
      Não podemos desprezar o fato de que na água os pacientes têm se mostrado muito mais motivados para esta atividade, o que é fundamental para a obtenção dos resultados observados. 


           

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Terapia Ocupacional na adolescencia

    Quem não conhece algum adolescente  que muitas vezes causa preocupação e/ou trabalho aos  pais e na escola?  Com certeza muitas pessoas né, então agora vamos falar um pouquinho sobre como a Terapia Ocupacional pode ajudar a esses adolescentes, assim como aos pais e/ou professores a lidar com eles.
   A Terapia Ocupacional é muito usada em adolescentes principalmente para lidar com problemas psicológicos ou até mesmo timidez e fazer com que esses jovens tenham uma vida como a de tantos outros adolescentes ditos "normais" e possam aproveitar ao máximo tudo o que essa fase lhes oferece. O terapeuta ocupacional é quem decide e analisa qual é a dificuldade da destes e assim prescreve o tratamento como um todo para atingir o resultado positivo que é necessário. 
     A primeira questão a ser observada na Terapia Ocupacional é se o adolescente tem um desenvolvimento psicomotor completo, sendo assim, o terapeuta ocupacional estimula e observa a percepção de todos os estímulos sensoriais; que por vezes o adolescente tem problemas com esses estímulos e pode ser um jovem hiperativo, hipersensível ou até mesmo ter comportamentos agressivos. 
   A Terapia Ocupacional irá desenvolver uma técnica para que o adolescente lide corretamente com os sentimentos e assim possa responder de maneira mais sensata aos estímulos do meio externo,  utiliza como instrumento de trabalho  atividades lúdicas para que o adolescente demonstre onde é que ele tem dificuldade, para que assim possa desenvolver uma técnica especifica que trabalhe o problema e assim eliminá-lo, assim como, quando o adolescente apresenta problemas no desenvolvimento psicomotor e de deficiências ou síndromes que impedem que o adolescente de ter uma vida plena e normal como os outros jovens da mesma idade. 
   E a Terapia Ocupacional requer à presença da família e até mesmo de professores do adolescente para que em conjunto eles possam trabalhar nas dificuldades desses  jovens. 

    Logo abaixo, estão algumas dicas, que podem ajudar aos pais em certas situações difíceis e bem frequentes nesta idade:

    Saídas sem avisar: ter pulso firme é importante, mas jamais deve ser controlador. É preciso expor a preocupação e deixar claro o risco desta atitude, mas sem ameaças, trate-o como um adulto, e não como criança,  a palavra de ordem é manter os combinados para reforçar a relação de confiança. Saber com quem seus filhos vão sair, onde e como é bom, e  determinar horário de chegada em casa normalmente não funciona pois ligar e avisar que estão bem é bem melhor  O ideal é estabelecer naturalmente os limites sem bater de frente.

     Briga com namorado(a): não se deve tomar partido, é preciso respeitar a individualidade,  ficar neutro perante uma briga não é estar indiferente, deve-se estimular o filho(a) a encontrar seu próprio caminho e refletir sobre o fato. Neste processo é o jovem que deve traçar seu próprio rumo. Brigas com namorado(a) e até com amigos farão com que ele(a) repense suas atitudes e valores – tão imprescindíveis neste momento de busca de identidade. Conduza-o, sem determinar o trajeto.

   
Rejeição na escola: Ser discriminado na adolescência é doloroso, pois a formação de um grupo tem grande valor, pois traz uma sensação de pertencer a uma sociedade. Cabe aos pais ficarem atentos ao isolamento e as dificuldades de estabelecer amizades, não se pode ignorar e achar que se trata de um momento passageiro. Mas atitudes radicais como tirar o jovem da escola, tomar para si sua dor e partir em defesa não devem ser tomadas, pois é preciso observar o que de fato está acontecendo, dialogar na escola e solicitar ajuda de um profissional que facilitará todo o processo. Sim, sempre dialogue com eles sobre " como foi o dia na escola" e o auxiliem em alguma tarefa e/ou trabalho escolar, assim como tirar dúvidas caso ele(a) apresente.

     Ficar bêbado: é experimentar os limites, inclusive na bebida, é pré-requisito para qualquer adolescente, não adianta tentar conversar enquanto seu filho estiver bêbado, espere o porre passar, para depois ter pulso firme e tenha uma conversa franca, trazendo exemplos reais do que o uso abusivo do álcool significa, assim como os riscos aos quais ele fica submetido quando está bêbado. Não punir e lidar sobre o assunto de maneira aberta desde o inicio é importantíssimo, pois  a questão não é negar a existência de bebidas em sua casa ou no seu convívio, mas revelar através de sua atitude os limites para o uso.

     Uso de drogas:  é importante enfatizar que mesmo tendo afinidades com o grupo (gostos musicais/ esportes/estilo), ele ( o adolescente) é o senhor de suas próprias decisões. E é isto que o faz único, logo, tão especial, reforce sua individualidade no dia-a-dia, elogie e apóie. O ideal também é que esclareça os tipos de drogas e suas conseqüências e no primeiro sinal, o mínimo que for, buscar ajuda de um profissional.

     Videogame e internet sem limites: horários e regras são imprescindíveis no tempo de utilização desses aparelhos, para que o adolescente não fique muitas horas nestas atividades. Não se deve invadir a privacidade do adolescente, pegando senhas de acesso ou rastreando  os sites que estão sendo acessados. Respeitar e confiar são grandes elos para a confiança.

      Escolha da profissão:
pressionar, omitir os fatos e tentar direcionar um caminho, não colabora. Seja cúmplice nas incertezas e dúvidas, ajude-o a buscar dentro de si o que pode lhe dá mais prazer e satisfação, emita opiniões e fale de sua própria experiência no trajeto da busca. Aos pais que querem e impõe que os filhos sigam a mesma profissão sua, saibam que cada filho possui gostos,talentos e habilidades diferentes das suas.

      Enfim, mostre para os filhos que eles podem contar com você para tudo. 

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Origami como tratamento terapêutico

   Uma folha de papel dobrada e desdobrada com pinceladas artisticas de criatividade, mostra as inúmeras possibilidades da arte do origami para o crescimento e desenvolvimento dos talentos e potenciais humanos. Importante reconhecer que somente com um simples pedaço de papel, dobrado e desdobrado, se pode criar e inovar, formando figuras diferenciadas, tais como transformar o papel em pássaro, borboleta, barco, apenas para mencionar às formas tradicionais, podendo criar uma infinidade de outras formas ou figuras.
   O origami é uma técnica tradicionalmente conhecida, em especial na China e Japão, não se tendo uma idéia exata de qual foi o motivo para se iniciar esta arte mágica de dobrar os papéis, que foi passadas de geração em geração, chegando até nós.      
   Ori significa papel e kami significa dobrar, portanto origami é a arte de dobrar papel.  Arte vem de artus que significa fazer bem feito, com perfeição e excelência. É um ato de organização estética e de domínio do conhecimento, e cria impacto de excelência e de inovação criativa.
    O uso das mãos e dedos é considerado, ser de grande importância para o desenvolvimento das percepções cerebrais, porque estimula e realiza novas conexões entre os neurônios, traçando novos caminhos. Aprende-se muito com o tato e a sua coordenação com a visão e os outros sentidos, estimula a estética, a habilidade social, a criatividade, por ser uma atividade rica em possibilidades inovadoras.
   A arte do origami contribui para: estimular e melhorar a capacidade de concentração; desenvolver a coordenação motora fina; melhorar a destreza manual e a paciência; reduzir o estresse; melhorar a visão espacia; e  auxiliar na área de geometria e outras; e ainda contribui para a melhoria da forma de expressar, possibilitando satisfação pessoal daqueles que praticam o origami, podendo criar diferentes formas com um pedaço de papel, que se traduz como material de fácil acesso e mesmo reciclável, contribuindo para o meio ambiente.
    Algumas pesquisas mostraram que a prática do origami na educação de crianças e de adultos ajuda no desenvolvimento de habilidades :

• comportamental – através de movimentos repetitivos, o aprendiz deve observar e ouvir com atenção as instruções do facilitador, e executá-las com qualidade e carinho, sendo que o sucesso do trabalho depende muito do executor, mostrando a importância do auto controle no trabalho, desenvolvendo o pensamento intuitivo 

• trabalho em equipe – o ato de dobrar um quadrado ou retângulo de papel, transformando- o em uma figura tridimensional como, por exemplo, o pássaro da felicidade é um exercício importante para movimentar o raciocínio espacial e obter a simetria. Observando o trabalho do outro e ajudar o colega nas dobras é auxiliar na importância do trabalho em equipe.

   A arte do origami é, portanto, uma atividade criativa que transmite curiosidade e alegria e finalmente leva o executante a ter orgulho e satisfação diante da obra concluída, podendo transformar-se em presente para os olhos, para a mente e sentimentos. Pode – se construir  histórias, dramatizações, poemas, ativando a criatividade e a inovação,
Várias exemplos de origamis:



 
 
                          "Fazer as coisas com arte significa colocar amor ao que se está fazendo, pois este ato leva a colocar magia naquilo que se faz."

 

Acidente Vascular Cerebral (AVC) e a Terapia Ocupacional

           
        É a doença que as pessoas costumam denominar “derrame”, ou “isquemia”, ou ainda “trombose cerebral”. O AVC é a maior causa de morte no Brasil e a principal causa de lesão permanente (seqüela, incapacidade) em adultos. 
         No meio médico, o termo consagrado pelo uso é o de Acidente Vascular Cerebral (AVC), que pode ser definido como um déficit neurológico (sinal e/ou sintoma) causado por interrupção do fluxo sangüíneo a uma determinada região encefálica. A palavra encéfalo corresponde a todas as estruturas neurais contidas no crânio (a parte intracraniana do sistema nervoso); portanto o termo conceitualmente mais correto seria Acidente Vascular Encefálico.          Mas como a tendência tem sido adotar o termo mais difundido e de mais fácil compreensão, o AVC é o objetivo de minha explanação. Até mesmo o termo “ataque cerebral” foi criado na tentativa de educar a população para o seu reconhecimento e manejo como uma verdadeira Urgência Médica.
        Existem dois tipos de acidente vascular cerebral, que são: 

   - AVC isquêmico: quando ocorre oclusão de um vaso sangüíneo (artéria) que irriga determinada região encefálica, privando essa região de nutrientes e oxigênio. A oclusão decorre da presença de coágulos que se desenvolvem dentro da própria artéria (trombose cerebral) ou em algum outro local anterior por onde o fluxo sangüíneo já passou, por exemplo, coração ou artérias carótidas ao nível do pescoço. O deslocamento do coágulo até ocluir uma artéria cerebral chama-se embolia cerebral;

    - AVC hemorrágico: quando ocorre ruptura de um vaso sangüíneo encefálico. A maioria dos pacientes com AVC apresentam fatores de risco e a melhor forma de prevenir  é identificar essas pessoas e controlar os fatores de risco possíveis. Alguns fatores associados potencializam o risco, por exemplo, o uso de anticoncepcionais e o fumo.
     Os fatores de risco podem ser modificáveis: hipertensão arterial, tabagismo, diabetes, doenças cardíacas, alterações na coagulação sangüínea, alterações do colesterol e frações, presença de sopro carotídeo (ruído anormal no pescoço percebido pelo exame médico).
     Outros fatores de risco que não são modificáveis: a idade (a ocorrência aumenta acima dos 55 anos), o sexo (homens têm maior risco mas as mulheres vivem mais além dos 65 anos), na raça negra, hereditariedade (pessoas da mesma família costumam ter fatores de risco em comum).
     Também existe um outro tipo de AVC que são os: Ataques isquêmicos transitórios (AIT), estes devem ser reconhecidos, pois pode haver prevenção de um AVC iminente; o AIT é um sinal de alerta, um “aviso”, pois é a ocorrência súbita de sinal (problema que o médico e outras pessoas podem constatar) ou sintoma neurológico (problema que apenas o paciente percebe) com duração de minutos a algumas horas. Estes significam a obstrução da circulação encefálica por um pequeno coágulo que se dissolve em seguida.
      O primeiro passo para permitir o tratamento ideal do AVC ou AIT é o reconhecimento dos sinais e sintomas mais comuns, que variam conforme a parte do sistema nervoso atingido e geralmente surgem de forma repentina, são eles: fraqueza ou dormência numa parte do corpo, dificuldade em falar, compreender, ler ou escrever, piora súbita na visão, dor de cabeça fora do comum e vômitos, visão dupla, desequilíbrio, vertigem e tontura, convulsão, desmaio ou sonolência, e rigidez na nuca.
    Pacientes que sofreram um AVC necessitam de cuidados especializados de diferentes profissionais da área da saúde. Os cuidados da terapia ocupacional têm por objetivo, engajar esses pacientes em atividades que são significativas e importantes para eles, com a finalidade de retorno à independência, à autonomia (capacidade de exercer escolhas e de tomar decisões, por si próprio) e na participação social. As áreas ocupacionais envolvem as atividades básicas da vida diária (de auto-cuidado) e instrumentais (de resolução de problemas complexos e cuidados com o outro), bem como o trabalho, o estudo, o brincar, o lazer e a participação social. Essas áreas podem variar de acordo com a idade da pessoa, o tipo de atividades que realiza, suas preferências, rotina, hábitos, dentre outros. Para o terapeuta ocupacional, interessa o desempenho do ser humano em suas funções e ações do cotidiano.

             Tratamento de reabilitação em terapia ocupacional

      O terapeuta ocupacional, através da análise de atividades do dia a dia das pessoas que sofreram um AVC, está apto a identificar, avaliar e treinar o paciente, para retornar à vida independente, dentro das possibilidades para cada caso, e utilizando métodos e técnicas da área da saúde e específicas da terapia ocupacional.
     Por meio dessa análise de atividades, o terapeuta ocupacional, em conjunto com o paciente (quando possível), família e cuidador, avalia, planeja, realiza a intervenção, reavalia para medir/verificar os resultados e pode redirecionar o tratamento para novos objetivos, dando continuidade ao processo da terapia ocupacional. Podemos destacar aqui algumas fases da intervenção em terapia ocupacional, que são:

Fase hospitalar

    Durante a internação, um paciente com AVC poderá ser assistido por um Terapeuta Ocupacional, desde que haja prescrição médica e liberação para esse tipo de serviço. Nessa fase, ainda no leito, o profissional poderá atuar no posicionamento correto do braço (membro superior comprometido) e perna (membro inferior comprometido) fazendo uso de travesseiros, rolinhos, métodos de posicionamento correto do ombro afetado e, quando indicado, posicionando a mão afetada com um equipamento feito com material especial, confeccionado na medida da mão do paciente, que se chama órtese. Na fase hospitalar o objetivo é posicionar corretamente a mão do paciente, contribuindo assim para evitar edemas (inchaço), deformidades (padrões anormais da mão) e, também, serve como importante estímulo ao reconhecimento do lado afetado. O tipo de órtese e sua confecção podem ser feitos por um Terapeuta Ocupacional.
    Ainda no hospital, o Terapeuta Ocupacional pode orientar a família e o cuidador de como posicionar os objetos e móveis de casa, assim como estimular o  paciente precocemente. 
     Cabe salientar que os pacientes podem apresentar outras alterações, às quais têm relação com as áreas cerebrais lesionadas, como: alterações perceptuais (dificuldade de entender determinado estímulo como, por exemplo, a luz verde de um semáforo, seu processamento, isto é, o significado da cor verde, dentro do contexto de sinalização de semáforo e emissão de respostas, ou seja, entender que quando a luz está verde, pode seguir); dificuldades de comunicação como as afasias (para compreender comandos e para expressar-se); disartrias (dificuldade de articular as palavras corretamente); dificuldades de planejamento ou de execução das ações – as apraxias; o não reconhecimento do espaço ou do corpo do lado afetado – a negligência; dentre outras alterações, que implicam na avaliação e intervenção por diversos profissionais da equipe de reabilitação.
      Inicialmente, quanto aos aspectos físicos do corpo, o braço poderá apresentar-se flácido, ou seja, mole e sem movimentos, e com a evolução neurológica tornar-se espástico (mais tenso, rígido). Parte das técnicas para melhorar e auxiliar na recuperação do paciente envolve uma adequação do tônus muscular (estado de tensão superficial do músculo, que conseguimos sentir somente palpando o braço com as mãos) e poderá ser feita com movimentos leves e suaves, realizados pelo terapeuta ocupacional precocemente, ou com o uso de outras técnicas específicas utilizadas para o tratamento de alterações neurológicas.
    Problemas como subluxações de ombro (afastamento do osso de sua cavidade ou superfície articular) devem ser identificadas para tratamento precoce. Entretanto, essas técnicas têm por objetivo final o ganho de funções no braço, para que o paciente consiga utilizá-lo novamente em suas ocupações. 
      É comum, na fase hospitalar, a ansiedade da família. É preciso compreender que, muitas vezes, o paciente pode estar apenas confuso e não responder como é desejado. Isso pode acontecer em função de muitos fatores, tais como, o efeito de medicações, pela alteração de sua rotina e pela própria lesão. Portanto, pode-se esperar que cada paciente responda a seu tempo. Reduzir o número de visitas pode auxiliar nos primeiros momentos. Perguntar uma coisa de cada vez, e aguardar a resposta, também é fundamental.
      O terapeuta ocupacional tem papel essencial na estimulação sensório-motora e cognitiva/intelectual-perceptual. Essas estimulações ocorrem através do desempenho ocupacional, quando possível. Outras formas de estimulação envolvem o uso de jogos de memória, cartas, dominó, desde que faça parte do contexto do paciente. É importante não utilizar jogos infantis ou frases que possam ridicularizar o paciente.
     O ambiente hospitalar também pode ser um potente meio para estimulação. Exemplos interessantes envolvem orientar o paciente com estímulos de objetos pessoais, que fazem parte de seu contexto, como um relógio de uso pessoal colocado no lado afetado, relógio de parede (de preferência do próprio paciente); o uso de calendários e músicas de sua preferência; a realização de leituras e o hábito de informar o paciente sobre assuntos atuais, desde que façam parte do contexto de vida anterior do paciente. Logo, é preciso respeitar o estilo de vida de cada um. 
      Para os casos em que a capacidade de andar ficou prejudicada, ainda em fase hospitalar, pode ser pensada a prescrição de uma cadeira de rodas, para auxiliar durante a fase de reabilitação, no retorno ao lar e para atividades que exijam um longo deslocamento. Utilizar uma cadeira de rodas não significa, necessariamente, que esses pacientes não poderão andar novamente, mas que esse poderá ser um recurso facilitador durante o processo de reabilitação global, permitindo ao paciente ir às terapias. Um terapeuta ocupacional, eventualmente, avaliará a postura sentada na cadeira e indicará, se for preciso, sua adequação com adaptações, para que o paciente assuma a melhor postura sentada e realize suas atividades com conforto.
      A ansiedade pela recuperação imediata pode ocasionar o desejo de estimulações todos os dias e a toda hora; entretanto, deve-se dosar os estímulos, uma vez que o paciente pode necessitar de um tempo maior para assimilá-los de forma adequada. Convém ressaltar que, para qualquer estimulação, é preciso selecionar cuidadosamente os estímulos, graduá-los de acordo com a condição do paciente. Estímulos em excesso, para um paciente confuso, podem não ter um bom efeito em sua reabilitação.
    Um terapeuta ocupacional poderá orientar familiares e cuidadores sobre um programa de estimulação específico para cada paciente.
Reabilitação em domicílio, ambulatório ou centro especializado

    Esta fase abrange os cuidados relacionados ao treino funcional, para retorno às atividades da vida diária e demais áreas ocupacionais de desempenho que o paciente deseja e precisa.     Para tanto, um dos focos, a fim de que o paciente consiga a independência, é a reabilitação do braço (membro superior). São empregadas técnicas de terapia da mão em que podem ser feitos exercícios de habilidade manual, que abrange o alcançar os objetos (de diferentes tamanhos, formas, peso, textura e cores), pegá-los, mantê-los nas mãos (realizar diferentes modalidades de preensão fina, ou seja, a pinça com o polegar), manipulá-los e soltá-los em diferentes posturas (deitado de lado, sentado, de pé) e em diferentes direções (acima, abaixo ao lado, à frente, atrás), com uma ou duas mãos, ou de forma alternada, com os olhos fechados ou abertos, fazendo repetidas vezes, dentre outros. Esse tipo de tratamento tem por propósito restaurar as funções do braço ao máximo possível, para que paciente consiga utilizá-lo novamente em suas atividades diárias como abotoar a camisa, amarrar o sapato, digitar no teclado do computador (funções manuais).
    Se o paciente encontra dificuldades, mesmo modificando a forma de realização da atividade, então poderá ser indicado o uso de equipamentos assistivos (dispositivos) que facilitam o desempenho. Esses dispositivos podem ser confeccionados pelo Terapeuta Ocupacional,
      A reabilitação do paciente pós-AVC é sempre um desafio, um exemplo claro disso está no relato de caso de uma paciente que foi atendida seis dias após a lesão, por meio de visitas domiciliares, três vezes por semana. A avaliação realizada mostrou que o lado direito do corpo estava comprometido, com dificuldades para fazer atividades cotidianas, tais como, tomar banho, vestir-se, preparar os alimentos e lavar roupas. Os movimentos estavam lentos e a paciente relatava adormecimento em todo lado direito do corpo que a impediam de saber se estava segurando ou não, um objeto ou material. A paciente trabalhava numa casa de família, a qual permitiu que os atendimentos fossem realizados durante o horário de trabalho. No início, as atividades foram centradas na recuperação da sensibilidade. Foram dadas orientações para realização de tarefas cotidianas com uso de adaptações (uso de apoio para lavar panelas e vasilhas grandes), uso de sabonete envolto em esponja para não escorregar da mão, tábua de cortar frutas e legumes com prego de aço para fixá-los, também orientamos estimulação sensorial na atividade de banho. Foram planejadas atividades graduadas (como macramê) com uso de fios de grosso calibre (sisal de quatro cabos) para movimentação ampla envolvendo duas mãos e para que a paciente pudesse ter contato com diferentes texturas dos fios que foram se tornando cada vez mais finos, com objetivo de trabalhar a coordenação motora fina e velocidade de movimentos. Ao final de quatro meses a paciente conseguiu fazer todas as funções que desempenhava antes, sem dificuldades.