Total de visualizações de página

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Atuação da Terapia Ocupacional junto aos portadores de LER/DORT

       As lesões por esforços repetitivos são conhecidas desde a antiguidade sob várias denominações e permanecem existindo ainda neste século XXI. Entretanto, autores como Ramazzini no ano de 1700, já correlacionava o trabalho como fontes de doenças ocupacionais.
          A LER é uma síndrome caracterizada por dor nas extremidades superiores, com queixas de grande incapacidade funcional, causada primariamente pelo uso dos membros superiores em tarefas que envolvem movimentos repetitivos ou posturas forçadas, também podem acometer membros inferiores. A LER está relacionada com profissões que apresentam um ritmo acelerado e repetitivo da motricidade humana, durante uma jornada de trabalho que exige produtividade acelerada e longos períodos de execução, trazendo como conseqüência física, a perda da capacidade de realizar os movimentos, podendo esta perda ser parcial (paresia) e até mesmo total (plegia), caso o trabalhador não seja afastado de suas atividades ocupacionais para efetivação de um tratamento adequado a sua patologia.

         Esta apresenta quatro estágios ou graus, que são:

   - Ler grau I: A dor aparece durante os movimentos ou com a postura inadequada que compromete um dado grupo muscular; cessando alguns minutos após o repouso. Por exemplo, dor no ombro ou parte anterior do braço, tendinite do ombro e tendinite bicipital respectivamente.

    - Ler grau II: A dor é mais persistente, bem localizada, podendo ser um pouco difusa ou irradiar para todo o braço, mas o quadro ainda é leve, exemplo: dor no punho Direito, tendinite do punho e tenossinovite de MSD.

   - Ler grau III: Doença grave, de difícil controle, doença arrastando por vários meses ou anos. Dor crônica que às vezes não cede com medicação nem com repouso; dor espontânea que exacerba com certos movimentos e com o nervosismo. Pode haver perturbação do sono. A dor insuportável, às vezes, é precedida de formigamentos, pontadas, choques, agulhadas, queimação, perda de força na mão etc.

   - Ler grau IV: Exemplos: SDR, Síndrome de Distrofia Reflexa, Ombro Congelado, etc; casos esses, bastante graves, onde o paciente nem mesmo consegue mexer com o ombro doente. A dor pode se tornar insuportável, e até atividades comuns da vida diária, como escovar dentes e cabelos, tornam-se impraticáveis. Nessa última fase, muitos pacientes recebem injeções de drogas potentes para aliviar a dor e alguns chegam até a passar por cirúrgias, agravando ainda mais seus problemas.

     
A maioria dos casos de LER tem bom prognóstico, principalmente quando o diagnóstico é precoce e o tratamento for iniciado de imediato. Portanto, o afastamento do ambiente laborativo é ainda a medida mais importante e obrigatória para o tratamento do trabalhador, pois significa afastá-lo dos fatores de risco. Por outro lado o afastamento de suas atividades de trabalho pode trazer como conseqüências: instabilidade financeira, medo do desemprego, dificuldade de relação familiar e social.
       Devido as LER afetarem vários aspectos da vida do indivíduo, faz-se necessário um programa de reabilitação considerando os aspectos biológicos, psicológicos, sócio-culturais e históricos para que possamos resgatar à singularidade da condição humana e consequentemente o exercício de sua cidadania.
         Neste processo o Terapeuta Ocupacional, não pode propor uma intervenção, baseada só no tratamento físico, deve-se na realidade acompanhar o indivíduo em todo o seu processo de trabalho, priorizando a sua integralidade, além de atuar nas vigilâncias do ambiente de trabalho, orientando mudanças em sua organização e propondo modificações ergonômicas que venham beneficiar o cotidiano do mesmo.
      O Terapeuta Ocupacional no desenvolvimento de suas práticas deve mensurar as informações colhidas pelo indivíduo através de instrumentos que norteiam a sua análise profissional e a avaliação (que registra os aspectos funcionais, sensitivos e psíquicos, AVD’s e AVP’s, os aspectos sociais e as observações complementares), bem como os dados de evolução que podem guiar o ortopedista do trabalho no completo diagnóstico que pode ser diferente do inicial.
         Portanto, o Terapeuta Ocupacional deverá oferecer a este indivíduo a desenvolver o seu bem estar sobre tudo mostrando a importância da necessidade de autodesempenho, autoconfiança e auto-realização nas atividades laborativas, fazendo-o conhecer o valor de sua potencialidade e auto-esima. Enfim, respeitando-o em seus aspectos sócio – econômicos- culturais, promovendo a sua melhoria de qualidade de vida.



Nenhum comentário:

Postar um comentário